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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Literatura para além dos livros: entrevista com Ana Cláudia Viegas.

por Ana Esther e Efraim Oscar Silva.   

    A professora Ana Cláudia Viegas, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), participou de mesa redonda no anfiteatro da Reitoria da UFSCar, na manhã de 25 de maio de 2011. Chamada “A prosa brasileira hoje: modos de ler”, a mesa redonda fez parte do I Colóquio UFSCar/Unesp de Literatura Brasileira Contemporânea. Leia a entrevista exclusiva que Ana Viegas concedeu ao Fim de Noite.

F.D.N. – É ruim atribuir rótulos, mas os escritores acabam sendo agrupados, em termos de história literária, em determinados períodos ou tendências. A prosa brasileira contemporânea já pode ser definida de alguma forma?

Criaram-se os rótulos “Geração 90” e “Geração 00”, por exemplo, que, ao mesmo tempo em que servem como estratégia de marketing para os novos autores, procuram traçar pontos de identificação entre os componentes de cada um desses grupos, e de diferenciação entre um grupo e outro. Como qualquer classificação, não deve ser pensada de forma fechada e absoluta. Diante de uma imensa diversidade da prosa atual, podemos traçar algumas tendências, mas sempre pensando que nenhuma delas define por si só a produção contemporânea.

F.D.N. – Quais as marcas características do romance e do conto que estão sendo publicados hoje?

Podemos mapear algumas marcas na prosa brasileira contemporânea, mas sempre – repito – tendo o cuidado de não tomá-las como definidoras do que está sendo publicado hoje. Eu destacaria, por exemplo, o uso de uma primeira pessoa que mistura as categorias de autor e narrador, com um trânsito entre autobiografia e ficção; um “novo realismo”, que busca mais um “efeito de real” do que uma representação mimética da realidade; uma escrita bastante sucinta e fragmentada, acelerando ainda mais certas conquistas modernistas; uma escrita que vai na contramão dessa aceleração crescente da atualidade, retomando um estilo mais clássico, num certo retorno ao sublime.
Um outro aspecto a destacar é a o uso da internet como ferramenta de circulação do literário, de variadas formas: espaço de experimentação, divulgação de textos, contato direto com leitores, trocas entre os escritores, debates, etc.

F.D.N. – A sua fala versou sobre personagens de romances de Chico Buarque, Sérgio Sant’Anna e Marcelo Mirisola. Em que medida essas personagens refletem ou problematizam o atual momento vivido pela sociedade brasileira?

Escolhi personagens-escritores que nos permitem problematizar aspectos do campo literário na atualidade: relações entre o escritor e o mercado, e entre a alta cultura e a cultura de massa, a formação cultural do escritor mediada pela tevê, questões sobre autoria.

F.D.N. – Explique-nos melhor duas afirmações suas: “Houve a transformação do escritor numa figura midiática e fantasmática” e “O livro não é mais o produto final do trabalho do escritor.”

Se o escritor moderno já foi definido como um “ser de papel” (Roland Barthes), hoje temos um contato bem frequente com o corpo, a voz, a imagem dos autores contemporâneos. O autor lê trechos de seus livros em eventos, fala sobre sua obra em entrevistas, de modo que a figura autoral vai se construindo em paralelo à obra. O papel do escritor ultrapassa os limites do texto, integrando-se a um cenário literário e cultural, onde ele atua.
Uma questão interessante e bem característica da atualidade é o trânsito dos textos por diferentes medias: o livro, o cinema, a internet, a tevê, a história em quadrinhos. Ou seja, a publicação em livro vem deixando de ser a última finalidade do texto escrito, passando a funcionar como uma das etapas da circulação desse texto. 

sábado, 25 de junho de 2011

Mergulho Noturno

Tente sincronizar a leitura com a música.
           Um ruído... Um sonar...
        Em pé, com os braços apoiados sobre o teto do carro, Brice queima o filtro de seu cigarro com o último trago. O filtro voa deixando um rastro no ar frio na noite de Nova York. Um ruído não sai de sua mente. A cabeça baixa é suspensa pelos dedos que se agarram entre os cabelos negros. Maldito ruído que se mistura com o vento forte, como o que move as ondas em uma praia. Sua memória funciona, nesse momento, como um sonar emitindo o som que sinaliza uma busca ansiosa em sua mente por algo que faça sentido...o sonar apita...a resposta chega...nada.
        O carro começa a mover-se lentamente pelas ruas de Nova York. Brice passeia como um turista, seguindo vagarosamente pela 7th Avenue avista a grande Times Square. Tudo parece uma longa cena em slow-motion, seus movimentos, seu carro, todas aquelas pessoas caminhando lentamente como vultos entre as luzes hipnotizantes da Times Square. Brice não tem pressa, ninguém o espera em casa. Seu respirar é calmo, aprecia toda a cena que se desmembra diante de seus olhos. Todas as luzes, todos os comerciais, todas as lojas, tudo vagarosamente. O ruído é insistente... O sonar apita. Muita coisa em sua mente e nada para pensar nesse dia de folga, dia que com muito esforço foi prolongado por alguns drinks. Foram muitos os meses em que trabalhou sem um dia de folga, não queria folga, afogava-se no trabalho para não ter que pensar em sua vida arruinada. Brice carrega sua arma até mesmo nos dias de folga, a experiência fez com que isso se tornasse um habito, chamadas de emergência eram recorrentes e ir ao Brooklin ou à Hell’s Kitchen desarmado não é boa idéia.
        Subitamente, como em uma colisão, sua mente atropela algo escondido em sua memória. A realidade. A plena consciência do tempo, existência e finitude. Isso é perturbador... O ruído continua. Tudo de uma só vez: Eduard Brice, detetive da divisão de homicídios. Pai de duas filhas lindas. Divorciado. Viciado em heroína. Todas essas verdades rasgando sua sanidade, atropelando sua calma em contraste com a cidade que se movimenta lentamente lá fora. É horrível.
        Seu coração dispara em uma agonia alucinante. Sua pele empalidece. A ansiedade faz seus dedos congelarem no volante enquanto o carro faz a curva à direita e cai na 39th Street. Segue, com a garganta seca, até chegar ao cruzamento com a 9th Avenue. Para em frente a um edifício antigo na 9th, tira a jaqueta e joga no banco de trás. Por cima da camiseta azul o coldre axilar guarda sua Colt. 45. Brice treme enquanto abre o porta-luvas e em um fundo falso pega a droga, uma colher, seringa... O ruído, maldito ruído! A borracha apertando seu braço faz a veia saltar enquanto seu coração bate descompassado.
        O ruído desaparece. Tudo muda repentinamente. O delírio causado pela droga o faz cair em uma espécie de mergulho noturno. A atmosfera é comprimida, o som é frio, a pressão da água, que cobre sua mente, espreme sua carne. Submerso consegue ouvir seu coração bater abafado no peito. Na escuridão lenta de seu oceano de surrealidades um som doce como de uma caixa de música mistura-se com uma voz metálica entoando uma linda melodia indecifrável...o sonar funciona melhor agora. Tudo isso é maravilhoso, perfeito, era o que precisava. Explora a imensidão negra, e a canção se aproxima mais e mais.
        Uma pontada forte faz Brice abrir os olhos e rapidamente entrar em um estado de oscilação entre o delírio e a realidade. No seu mergulho algo agarra suas pernas na escuridão, muitas mãos começam puxar o seu corpo para as profundezas. É uma luta violenta para sobreviver. Sua pupila está contraída. Já não dá mais para respirar com tanta eficiência e cada vez mais sua consciência vai se perdendo na imensidão escura. A morte em seu delírio comunica-se com a morte real.
        Lembranças aparecem diante dos seus olhos como fotografias. A infância, os jogos de baseball com seu pai... A escola, as medalhas. Os frames rasgam sua mente. Como labaredas as imagens aparecem e se apagam dando lugar a outras... O ruído está lá novamente...o sonar continua emitindo o som que caracteriza a busca. Os frames continuam... A academia de policia, o casamento, o divorcio... Os corpos nas cenas dos crimes que investigou. A morte chega... Um segundo e o ultimo suspiro.
        A cabeça cai sobre o volante. O nariz sangra e os olhos abertos ainda brilham. O ruído insiste. As ruas e as pessoas continuam sua peregrinação em câmera lenta, as luzes, as vozes, os carros, tudo caminhando para um estado de letargia. Brice cai de lado no banco do passageiro. O sonar apita... Numa ultima busca.

Filipe Lemos

A Cria do Seu Cornélio

Cornélio era um homem de bem, gastava tanto a vida na labuta que nem sentia que vivia. Nunca foi de muita beleza, mas pra compensar tinha um alazão de primeira, sangue puro, uma formosura que só vendo. Não era atoa que, nas raras horas de folga, seu passatempo era rodar a cidade com seu cavalo dando inveja aos olhos dos moços e cobiça aos olhos das moças. E foi numa dessas que arranjou sua mulher, uma loira de lomba larga, mas que, no final das contas, não era de muita valia: tinha a fama de rampeira, só o coitado é que não via. Quando ela emprenhou geral avisou: abre o olho, Seu Cornélio, o moleque não é teu. E ele retrucava: já me traiu sim, mas jurou que o filho é meu.
Maldade ou não, o padeiro da vila respirava aliviado com a crença do coitado.
Mas olha bem que o tempo passou e já é dia de parir. Cornélio bota sua mulher na carroça aos berros com os coices do moleque querendo sair e dispara seu belo alazão em direção da casa da parteira. A cidade segue atrás em procissão, afinal de contas, todo mundo tinha seu vintém naquela situação.
A gente se amontoou envolta da janela na expectativa, era um empurra-empurra danado pra conseguir assistir ao drama da vida. As apostas já estavam em dez pra um que o moleque ia ser negrinho do cabelo duro. Mas não é que, pra nossa surpresa, de dentro daquela mulher saiu um belo de um potrinho de crina e quatro patas?

Lucas Bueno

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Música do Dia

Staircase - Radiohead, por Filipe Lemos.


Poema

- Paulina Pauzack, porque casastes? Fizemos uma jura de amor eterno, não te lembras? Agora tens por esposos meu pior inimigo e ainda trai a ambos com um garoto que poderia ser teu filho.  Neste momento, percebo que tudo não passou de um engano e que apenas interpretava me amar.
- Oh, Carlos Carpano! Não me tomes assim! Há coisas que não sabes. Quando seu carro explodiu há vinte anos atrás e todos acreditávamos em sua morte, fiquei desesperada! Eu não tinha para onde ir; foi então que Rodolfo Rodrigues me pediu em casamento. Não pude recusar, pois estava grav...
Ahhhhhhh nããããããão! Droga. Justo no momento em que Paulina Pauzack iria revelar que o Fernando Fernandes é filho de Carlos Carpano! Porque a energia tinha que acabar agora?! São os minutos finais do último capitulo da novela... último capitulo da novela... Droga. A pior parte é que não vou descobrir o porquê do filho da Maria Marasquino nascer azul. Vontade de ir ao banheiro. Mas, e se a energia voltar? Melhor esperar. Azul? Porque azul? Aumentando a vontade de ir ao banheiro... Não posso ir agora; o horário de usar o banheiro é após o termino da novela e antes do jantar. Carlos Carpano disse que quando se está morrendo, seus sentidos se poetizam. Balela. Porque poema?! Ninguém gosta de poema. Eu não gosto de poema. Eles apenas te fazem sentir, entender e ver coisas que você não quer, para depois ter de ficar pensando nelas pela eternidade. Não quero isso. Nossa, tem uma teia de aranha naquela parede. Preciso limpar. Não vou limpar, não posso usar meu pano de prato; ele está intacto, intocável e muito limpo. Ao sinal de escuridão a claridade se dissipa, e como um deus adquire vontades de outrem, exige sacrifícios e retorna quando nós, fracos e humanos, cansamos de esperar. Vou deixar o pano em meu ombro mesmo. Além do mais, eu teria que levantar daqui e a energia poderia voltar. Definitivamente não. Ei, há varias teias de aranha... E como este chão está sujo! Já são quatro horas da tarde. Meu jantar vai atrasar. Droga. Será que tudo sempre foi escuro assim? Nem ao menos me lembrava desta foto na parede.Quantas correspondências na porta... A energia precisa voltar, tenho tarefas a cumprir. É melhor me concentrar em olhar apenas para a televisão.
Blac!
Ele... caiu. Meu pano de prato caiu neste charco de lodo ao qual meus pés amaciam. Ficou tão... sujo!
Quem é esta refletida na tela? Ela me hipnotiza. Está trajada a penas por peças intimas ainda etiquetadas; ao seu lado, um preservativo usado e variadas notas de dinheiro que já não possuem mais valor. Seu corpo pintado de roxo, tela construída por um bom artista. Olhos flamejantes, carimbados pela dor. Parece-se comigo. Seus olhos parecem-se com meus olhos; mas não são os meus. Esta não sou eu. Esta não pode ser eu.
Oito horas. Preciso ir fazer o jantar. Preciso recuperar meu pano de prato. Tudo voltará a ser como era... Sim. Tudo voltará.
Aqueles olhos...
BKKKKKK
Chamas do fogão: lentas, estáveis, poderosas e cruéis. Os olhos...tentam me dizer algo. O que eles tentam me dizer? Parecem clamar por socorro. Vou ajudá-los. Preciso ajudá-los. Não tenho alternativa.
Os olhos, o pano de prato, as chamas do fogão
Fogo.
Solidão, rosto retalhos rabiscados quase carvão
Neles, a última leitura:
Aqui jaz um coração.
Silêncio.
Luz.
- Boa noite. Estamos no ar com o Jornal Real.


Ana Esther

Um Filme Snuff

Filmes snuff são filmes que mostram tortura, morte ou assassinatos reais de uma ou mais pessoas, sem ajuda de efeitos especiais, para o propósito de distribuição e entretenimento ou exploração financeira.


            Claquete, luz, câmera e acorda! Acorda! Ã!? Ah, já vou... Vermelho, ver... me... ACORDA! Já tá na hora, porra. Quê!? Onde eu tô? Ah, que inferno. Arrastada põe-se de pé. Esgueira-se ziguezagueando até... Nossa, tô horrível. Aquele choque de água gelada de encontro ao rosto pela manhã. Escova, pasta, enfia na boca, esfrega, esfrega, esfrega, esfrega, ânsia de vômito, argh! Chega. Cospe o branco e esconde o bafo com tabaco.
            Nossa, isso aqui tá um chiqueiro. Arranca fora a roupa. Tô nojenta, olha essa carne sobrando, preciso emagrecer. Ai, que canseira viu. Será que fizeram um negrinho? Merda, já tá na hora, vou suja assim mesmo. Não acho nada nessa pocilga! Enfia o primeiro pano que aparece por sobre a cabeça que sufoca de tão apertado; pega o jeans sujo e surrado e puxa nas pernas, arranhando e espremendo seus glúteos; uma tortura incessante desse último par de sapatos.
            Ao menos isso. Mas a esperança morre no primeiro trago de café: é café envelhecido, frio como a madrugada de inverno. O sol nem ousou em dar as caras por aqui. É naquele breu da manhã que os mortos se levantam de suas sepulturas e se arrastam pra se enfiar em outro buraco.
            Corre que já tá em cima da hora. Droga! Rasguei a roupa. Esse tecido aberto expondo minhas carnes. Não tem troca, não tem saída. Pega a corda, passa na cabeça da agulha, finca no tecido e puxa do outro lado, enfia do outro e puxa deste, enfia e puxa, enfia e puxa, enfia e puxa vida, tô atrasada! Enfia e... Ai, caralho, que dor! Chupa o dedo perfurado pelo metal quase que instintivamente, mas que desejo é esse por sangue? Ah, não aguento mais isso, enfia e puxa, quero voltar pra cama, enfia e puxa, enfia, faz o laço e amarra com força estrangulando o nó. Podia contar uma mentira pra faltar hoje. Corta a linha e corta essa! É sua primeira semana de trabalho e já tá morta!? Não tem saída, corre que já tá na hora. Mas porta tá trancada. Esqueci a chave. Cadê a chave? Esqueceu por quê? Cadê? Cadê? Aqui! Por que aqui!? Ah, não importa, já tá na hora. Abre a porta e o dia terminou. Corta!

Lucas Bueno

Complicações

E lá estava eu tentando assistir a aula mais chata da minha vida.
Foi do nada, mais que de repente, que comecei a pensar em amor. Piegas. Ou não. Talvez piegas sejam as pessoas que fazem-no parecer o que aparenta ser. Ou talvez piegas seja eu por não saber o que ele é. Mas será que todos o que dizem amar realmente sabem o que isto significa? Ou talvez as pessoas amem, mas confundem esse amor com outra coisa e chamam de amor algo que talvez não o seja? Que confusão.
Ai meu Deus, a gralha não, por favor, não, por favor, não...
 - Zé! O Zé... Aloou... Zé!
 - O que foi agora?
 -Calma. Só queria entregar meu bilhete pra você. Por favor, leia. É importante.
 - Ok.
Mais um bilhete. O que será desta vez?! Nossa, tem perfume. E está escrito em cor de rosa. Corações... oh não, era o que eu temia.

EU TE AMO

Qual parte do “eu não gosto de você” será que ela não entendeu?! Onde esse mundo vai parar?!
Pelo menos deve dar para enrolar um baseado depois com o papel. Ainda tem mais meia hora de blábláblá de física sei lá do que. Vou dormir que é o melhor que eu faço. Lá, ao menos, não tenho que me preocupar em ser a metade da laranja de alguém. 


Ana Esther

terça-feira, 14 de junho de 2011

Espelho d'água

Vai ver sou como esse rio,
Nascido em um lugar distante,
Suscetível à quedas
Rumo ao mar.

Na espera angustiante
De que até lá
Eu aprenda o que é amar.



Matheus Torres

Tábatha Gótica

Tabatha morava no fundo da prateleira de bebidas de um bar, de freqüência um tanto diferente, cheio de garrafas abertas e copos usados.
Era alcoólatra, tipo moderninha.
Dormia o dia todo, balada a noite toda.
De vez em quando seqüestrava alguma coisa mais forte nos cinzeiros lotados.
Aranha doidona essa!
Conheceu Charles, um aranhão novo no pedaço, mais louco que ela.
Firme na balada, Tabatha sempre tomando todas, mas de olho em Charles. Ele não bebia nada, louco de oxigênio mesmo, nem um peguinha quando rolava.
Tabatha era bem animada, e vai e vem, começa um rolo com Charles.
Charles sempre na seca, não bebia nada e bem loucão.
Manhã raiando, balada nas últimas, Charles e Tábatha já na teia, Charles gruda no pescoço da moça. Vampiro o moçoilo, veja só!
Além de aranha louca, alcoólatra e baladeira, agora vampira também!


Marcelo de Paula